O Brasil tem potencial para implantar vários projetos de agricultura urbana .
Caipira convicto, eu acredito que
o home do campo tenha muito à ensinar sobre liberdade e sustentabilidade ao homem
médio da cidade.
Nas últimas décadas, foi visível o aumento de entusiastas da agricultura urbana.
O desenvolvimento da produção
local de alimentos é uma das alternativas para ampliar o acesso a alimentos orgânicos
nas grandes concentrações urbanas.
Hortas comunitárias/coletivas, já compõe a
política pública de alguns governos.
Muitas pessoas perguntam: é viável?
Um estudo recente feito na cidade do Rio de Janeiro
revela o potencial astronômico!
A pesquisa avaliou 69% das
superfícies existentes na cidade onde seria possível instalar hortas urbanas, e
para isso, foram considerados somente os telhados com inclinação inferior a 5
graus, ou seja, baixa inclinação para aumento da viabilidade do plantio e
facilidade da manutenção.
Diante da análise, a conclusão foi:
1.383 hectares de telhados são adequados
para receber tais sistemas. Se estes espaços fossem usados para cultivar
alimentos, a produção seria suficiente para suprir a demanda anual de vegetais
de 39,2% dos habitantes da cidade.
Ter frutas e legumes ao alcance
das mãos facilmente contribuiria para reduzir a insegurança alimentar, uma
realidade presente em comunidades mais pobres, ou seja, isso já seria razão
suficiente para apoiar projetos de agricultura urbana.
A ideia traz benefícios grandiosos.
Os telhados verdes ajudam a reduzir “ilhas de calor” urbano, reduzem emissões
de CO2, por meio do próprio plantio e também pelas distâncias evitadas no
transporte de alimentos, resfriam ambientes e até ajudam a reduzir inundações
ao funcionarem como esponjas que retêm água. Além disso, criam um habitat
amigável para polinizadores essenciais para a produção de alimentos – formando
um ciclo harmonioso com a natureza.
O levantamento aéreo escaneado a
laser foi realizado pela pesquisadora Dra. Maeva Dang, da Universidade de
Tecnologia de Viena, com o apoio do Instituto Pereira Passos (IPP), da
prefeitura do Rio de Janeiro. Os dados resultaram no estudo intitulado
“Potencial de Telhados Verdes na Cidade do Rio de Janeiro” (em inglês) e em um
mapa digital.
“O tipo de
parceria que estabelecemos com a Dra. Maeva Dang e seus colaboradores na UNIRIO
é exatamente o que buscamos quando recebemos contatos de pesquisadores buscando
dados sobre a cidade – construção conjunta de conhecimento e disponibilização
do mesmo para o público em geral, em benefício da cidade”, afirma Felipe
Mandarino, coordenador técnico de Informações da Cidade do IPP.
Considerando o desenvolvimento urbano,
a necessidade de criação de alternativas de produção de alimentos, ocupação
profissional e desenvolvimento econômico, considero a agricultura urbana uma
tendencia mundial e o cultivo em telhados a ferramenta necessária.